Avançar para o conteúdo principal

Centralizar e Equilibrar

Dando continuidade ao texto sobre as técnicas básicas que um mago deve dominar para realizar magia, chegamos ao centralizar e equilibrar a energia à nossa volta, outras duas técnicas bastante essenciais no Caminho da Magia.

Nunca é demais explicar que para manipular a energia à nossa disposição, o Mago necessita de estar em perfeito equilíbrio, pois as melhores práticas de magia surgem da capacidade de absorver a energia à volta e homogeneizá-la com a sua. Para que tal seja possível, os nossos centros energéticos devem estar em perfeito equilíbrio, onde o fluxo da energia vital não é parado.

As definições destas duas técnicas são simples, equilibrar significa ter os centros energéticos abertos e em pleno funcionamento, para que possamos ser um veículo perfeito de energia mágica, e centralizar significa mobilizar a nossa consciência ou centro de poder, para um determinado ponto dentro de nós.
Estas duas técnicas são vitais no processo de realização de rituais, para quem já os realiza percebe a sua importância. É exigido ao sacerdote, durante um trabalho mágico, que seja um canal de comunicação entre os participantes e o divino, mas também que saiba direccionar a energia invocada, antes, durante e depois. Assim, torna-se evidente a necessidade, no caminho da arte, de dominar a técnica de centralizar a energia.

Porém, é necessário fazer uma chamada de atenção, nunca se pode centralizar sem antes equilibrar. O nunca é um pouco forte, mas o que pretendo dizer é que para uma boa centralização ocorrer é obrigatório que o corpo esteja equilibrado. Se houver um bloqueio, uma carência em determinado chakra, a energia invocada para ser centralizada e enviada para o objectivo, acaba por ficar retida dentro de nós, impossibilitando que esta siga o caminho a que foi destinada.

Para equilibrar os chakras costumo utilizar uma técnica que serve também para limpar a aura. Imaginem um arco-íris à vossa frente e entrem nele. Primeiro sintam a energia que vos rodeia, a sua densidade, o seu calor, a sua cor, o seu cheiro. Depois inspirem essa energia com todo o vosso corpo, visualizando a sua cor a ser absorvida por todos os vossos poros. Por último, vejam o vosso chakra a abrir e ficar iluminado pelo brilho da sua cor, vejam-no no tamanho correcto (que varia de pessoa para pessoa), a rodar para o lado correcto (de acordo com a marcha do ponteiro do relógio se colocado sobre vós), com uma velocidade agradável. Não se esqueçam que os chakras são um vórtice de energia e devem rodar para a direita com alguma velocidade, se assim não acontecer é porque estão desequilibrados, mas atenção estes aspectos mudam de pessoa para pessoa, por isso é vital que conheçam bem os vossos chakras. Repitam o procedimento anterior para cada chakra, começando obviamente no vermelho e terminando no branco. Quando terminarem, registem todas as impressões que sentiram.

Para centralizar costumo fazer um exercício de relaxamento através da inspiração. Inspiro e expiro durante alguns minutos pausadamente, sinto os meus chakras a abrir plenamente e levo a minha respiração ao ponto que desejo, normalmente ao meu chakra de poder. Ai centro toda a minha atenção nesse chakra, sinto-o a rodar mais rapidamente e aumentar o seu tamanho. Quando sinto que tenho a energia centralizada nesse ponto, envio-a para o objectivo que pretendo. A centralização serve como veículo de envio de energia, que noutro dia falarei mais aprofundadamente, devendo terminar com a visualização da energia a sair do chakra e a deixá-lo de forma correcta, ou seja, sem mais nem menos energia do que a necessária.

Se a intenção for apenas praticar esta técnica, o envio da energia pode ser feito para o centro da Terra, de forma ajudá-la a curar as suas inúmeras feridas, ou para algum dos vossos projectos ou desejos.
Esta técnica, bem como a da visualização, deverá ser feita com regularidade não necessitando de ser diariamente, mas pelo menos três vezes por semana. Dominar estas duas técnicas é meio caminho para a eficácia dos nossos trabalhos de magia.

Num dia de Lua, de Gabriel e de S. Boaventura

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Chockmah e Binah

No último texto de Cabala falámos sobre Kether e dissemos que para esta esfera e as suas qualidades se manifestarem teria de haver a forma e a acção. Assim é a razão pela qual estas duas esferas se manifestaram: Chockmah, a Sabedoria, foi a força que saiu da Coroa, foi o impulso da criação, o instinto divino, representa o Pai na sua capacidade criadora, o fogo, o masculino, e Binah, o Entendimento, é a forma da criação, é o campo necessário para que a criação se realize, é a Mãe, o feminino. É necessário falar destas duas esferas em conjunto, mais do que as outras, por elas serem os opostos, por elas comporem a tríade divina, o triângulo superior de onde descemos para integrar esta vida. Kether dividiu-se nas suas duas polaridades, a sua energia andrógina deu origem aos opostos e assim se criou o princípio masculino e o princípio feminino. Primeiro foi Chockmah que surgiu no seu ímpeto de criar, aqui ficaram reunidas toda a Força e Acção, esta esfera encerra em si toda a Sabedoria

Oração para benzer a casa

Lembrei-me hoje de partilhar a oração que podem utilizar durante a limpeza da casa, é a que eu utilizo e com a que melhor me tenho sentido. Esta reza foi retirada do livro Tissanas, Mezinhas e Benzeduras de Lubélia Medeiros. O livro contém uma recolha de orações e de benzeduras populares muito interessantes, para alguém como eu que não teve tempo de aprender tudo com a avó, torna-se num compêndio muito rico. Além disso, e como o título indica, contém receitas de chás e de pomadas caseiras que podemos utilizar na cura de determinadas doenças. Fica aqui então a benzedura para quando esta mos a defumar a casa com alecrim e arruda, ou com outras ervas com que nos sintamos bem: Em louvor do Santíssimo Sacramento do altar, Esta minha casa eu estou a defumar, Para que todos os espíritos maus, Inveja, praga, mau-olhado E artes diabólicas se hão-de afastar. E a paz de Jesus nos venha abençoar. (abrir a porta da rua e dizer três vezes) Em louvor de São Bento Sai o mal para fora que entre o Be

O círculo e a cruz - significado 3

O círculo e a cruz - significado 1 O círculo e a cruz - significado 2 Este glifo também foi escolhido para representar o símbolo do feminino, o que também está profundamente associado a Vénus. Vénus representa uma diferenciação do feminino lunar, que está mais associado ao arquétipo materno. Vénus representa o feminino em si, a noção de fêmea e mulher. No mapa astral de uma mulher, Vénus revelará as qualidades que a mulher se identifica para se definir como mulher, como a mulher lida e expressa sua feminilidade. No mapa de um homem, Vénus mostra como ele lida com seu lado feminino e qual é seu arquétipo de mulher, quais as qualidades que, para ele, uma mulher deverá ter. Além disso, em Vénus começa-se a manifestar a expressão de amor/sexualidade, e amor/paixão (identificação excessiva com o outro). Este processo complementa-se com o planeta a seguir, Marte, mas tem início em Vénus. Vénus revela a necessidade passivo/feminina de tornar-se desejado, atraente, sedutor. Marte com