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Reflexão da Semana com o Mago II

Nesta semana em que repetimos a energia do Mago, que terá o Alegria andado a aprender. Que façanhas nos aguardam com esta energia tão forte?

Vamos ver:


Enquanto caminhava pela estrada árida, Alegria encontrou uma cabana. À porta estava um Mago, que docemente o saudou e convidou a entrar.

Nesta cabana simples havia muitos instrumentos de alquimia, muitos tubos de ensaio e retortas. Caixas espalhadas em todos os cantos pareciam encerrar tesouros incalculáveis. Deslumbrado, Alegria enchia a vista e o coração com tanta riqueza. Aquela tradição dizia-lhe algo, ecoava no seu interior com muita força.

O Mago ausentou-se por uns minutos para preparar os aposentos para Alegria, pois este acedera ficar umas horas ali a descansar. Aproveitando estar sozinho, Alegria espreitou por onde podia espreitar e enquanto bisbilhotava tudo, o Mago surpreendeu-o.

«São instrumentos mais fáceis de manipular do que aparentemente se mostram. Aqui encontra-se uma vida de pesquisa, estudo e trabalho. Há algo que querias para ti?»

Envergonhado, sente-se feliz por estar na presença de alguém respeitoso e que conseguiu compreender que a sua atitude era mais de uma curiosidade infantil do que bisbilhotice. Mas com o efeito surpresa acaba por abanar a cabeça negativamente.

«Pois então, serei eu próprio que escolherei o que te oferecer, pois para mim é uma alegria estar acompanhado. Nesta bolsa encontrarás o primeiro ouro que consegui transformar. Pela oferta verás a minha felicidade por estares aqui.»

Meio sem jeito, Alegria estende a mão e aceita a bolsa, não queria ser desrespeitoso, mas também não queria aquele ouro, não lhe faria falta.

Bebeu um pouco de vinho e comeu um pedaço de pão na companhia agradável do Mago. Conversaram imenso e Alegria sentia a sua alma a enriquecer com aquelas histórias do Mago. O que ele já tinha vivido! No meio da conversa acabou por adormecer de cansaço, quando acordou era já manhã do dia seguinte.

Grata e humildemente agradeceu a sua hospitalidade, mas tinha de seguir. O Mago compreendeu e ofereceu-lhe ainda um cavalo que tinha, já era velho, mas iria ajudá-lo com certeza a chegar mais rápido e recuperar o tempo que ali estivera. Alegria, mais uma vez, percebeu que não poderia recusar.

Montado no cavalo, verdadeiramente velho, tão velho que lhe custava estar sentado sobre ele, lá segue viagem.

Como vem sendo habitual, enquanto caminha em silêncio, Alegria cai compreendendo melhor as etapas pelas quais vai passando e desta vez compreendeu que aquela bolsa que ele aceitara apenas para não desfazer a amabilidade do seu anfitrião, serviria para ajudar muitas pessoas que se atravessassem no seu caminho em busca de ajuda. Nesse mesmo momento se arrependeu por já antes ter recusado muitas ofertas por lhe serem desnecessárias. Compreende agora que tudo o que nos é oferecido deve ser aceite com o mesmo amor com que é dado e se a nós for inútil, outras pessoas na nossa vida poderão precisar.

Com o Mago compreendeu a transformação da vida e a forma como a energia se deve manter a circular. Assim será também no seu corpo, toda a energia que entra sai e volta a entrar constantemente, como o Ar que respira.

Seguro de si e do caminho em frente, segue viagem.
Na terceira hora de Vénus do dia de Sol, S. Severiano, Quatro Santos Coroados

Comentários

  1. Shin,

    É verdade e não tinha me dado conta. Acho que somos egoístas qdo ganhamos presentes aparentemente inúteis, pois não o são, porque com eles podemos ajudar ou alegrar alguém. Lindo isso!

    Abençoada sejas!

    ResponderEliminar
  2. Reyel

    nem eu rkrkrkrkrkr Aprendi imenso ao escrever isto! Foram duas semanas intensas!!!

    BEijcoas

    ResponderEliminar

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