há alturas da nossa vida em que parece que tudo está a dar errado. que parece impossível encontrar uma saída que nos leve de volta ao estado de equilíbrio que tão desejamos. que só encontramos maledicência e negatividade. que, quando damos por nós, estamos embrenhados em teias de confusões e falta-nos a paciência para seja o que for. tenho andado a sentir-me esgotada no meu local de trabalho.
não posso, nem quero, responsabilizar os outros pelo que estou a sentir. a única responsável pelo que sinto sou eu. são os meus julgamentos e opiniões perante o que os outros estão a fazer que me colocam nestes estados de desgaste. então, o que tenho eu andado a evitar?
a Compaixão. a Empatia. a Solidariedade. o Amor. o Respeito.
e o que tenho eu aceitado viver?
a Crítica. a Vitimização. a Irresponsabilidade. a Raiva. o Desrespeito.
não é fácil estar com este nível de consciência quando o ambiente é tão desafiante. não é fácil ter uma palavra de Amor quando nem nos querem ouvir. não é fácil Respeitar quando não somos vistos. mas não ser fácil não significa impossível.
desde que sou mãe que aprendi a identificar a vida por fases e aceitar com mais facilidade que de facto tudo são fases. também eu tenho fases em que tudo é mais fácil de aceitar e outras em que tudo fica mais difícil. às vezes, basta que não tenha havido uma noite de sono suficiente para que tudo fique mais difícil, sim, as nossas necessidades básicas influenciam bastante o nosso desempenho, a nossa tolerância e capacidade para respirar fundo.
por isso, hoje sento-me aqui e reflito nesta fase que tenho vindo a passar. em que me recusei a aceitar o negativo que há à minha volta. que optei por rejeitar partes que há em mim, esquecendo-me que eu sou Tudo.
hoje, um dia que ainda não terminou em desafios, reflito e aceito a compaixão. afinal, andamos todos cansados, mal-tratados, mal-amados, desapontados, doentes, tristes e à espera que a vida mude para sermos felizes.
tenho aceitado com tanta dificuldade os outros como se para mim também não fosse difícil fazer tudo o que faço. como se todas as minhas escolhas não acarretassem responsabilidades e tempo, custos e benefícios. como se eu estivesse sempre dona e senhora da minha razão.
tenho no fundo de tudo isto aceitado mal os outros por me estar a colocar em posição de superioridade perante os eventos. esquecendo que somos todos iguais e que todos sofremos por e com as fases da vida.
na minha humilde e honesta reflexão reconheço a origem do meu desalento, não nos outros mas em mim.
obrigada por tudo, não tenho nenhuma reclamação.
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