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2012 revisto

Under Water
Estamos no fim do ano e inevitavelmente damos por nós a fazer balanços. Ponderamos os objectivos que atingimos, os que ficaram pelo meio e aqueles que simplesmente abandonámos. Damos graças pelas aprendizagens e pelas oportunidades de crescimento que nos foram colocadas no caminho.

No fim dos balanços fazemos habitualmente as resoluções, traçamos novos objectivos, manifestamos os desejos e enchemo-nos de força para recomeçar. É isso que me proponho fazer hoje.

Quem me acompanha sabe que este espaço nunca teve como objectivo instruir os outros. Ele sempre funcionou como um barómetro das minhas próprias aprendizagens e experiências, a instrução ou partilha sempre foi um subproduto, que me deixa muito feliz, verdade. Por isso, a minha dúvida ao começar este balanço foi esta: «Terei deixado de aprender? Ter-me-ei desviado do meu percurso natural?»

Uma rápida olhadela no Grimoire e é fácil de compreender que este ano não foi o mais produtivo. Com uma existência de 4 anos, é natural que aos poucos a vontade de escrever sobre o que se vai fazendo comece a decrescer, já que as matérias são sempre as mesmas e o receio da repetição existe como uma dor de cabeça. No entanto, sei que mesmo falando do mesmo, os assuntos que estudo nunca são estanques e as descobertas são sempre muitas. Então, porquê esta paragem, este abandono?

Balance por Javajipe
Depois de alguma quietude, compreendi que não foi por falta de gente que me acompanhe e a motivação que me infundem ou por falta do que falar, mas simplesmente porque assim foi. Na verdade não há uma justificação, simplesmente foi acontecendo. Aos poucos a determinação de um post por dia foi perdendo o seu sentido. Aos poucos a vontade de analisar as cartas da semana foi deixando de ser necessária. Aos poucos fui deixando que a informação ficasse dentro de mim e deixando de ter a necessidade de a pôr fora. E foi tão somente isso que aconteceu. Foi tudo natural e por isso necessário.

Este ano houve uma revolução dentro de mim e tudo ficou guardado no meu caldeirão. Uma rápida consulta no ano registado e vêem-se bem os altos e baixo, os auges e fracassos, as alegrias e tristezas, pelas quais passei.

Uma selecção de textos do ano 2011.

Como num alambique foi feita a destilação e no silêncio do laboratório o nigredo cresceu, mas agora ele deu lugar à pedra verde e, em breve, assim o espero, esta transmutará em ouro.

Na segunda hora de Marte do dia de Júpiter, S. Ursano, Santos Inocentes

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