não é como se o quebrar desse momento trouxesse uma inevitabilidade trágica. não é que sentisse a sua falta quando era quebrado. não é que haja amarras, um elo inquebrável entre quem sou e esse momento. era apenas e só um momento em que ao se concretizar me trazia boas sensações. só por isso mereceu ser cumprido até aqui.
o último cigarro do dia era fumado à janela da cozinha. essa mesma janela onde já vivi, assisti, presenciei, penetrei cenários de um vasta variedade. o ar frio da noite, misturado com o fumo do cigarro, penetrava em mim, entrava-me nos ossos. os barulhos de uma cidade que se preparava para adormecer invadiam os meus ouvidos. ficava ali a presenciar esse pequeno momento, a comungar de um fim, mais um.
a atmosfera apesar de fria era convidativa. oferecia tanto para descobrir, mais sons, mais sensações, cheiros, percepções. sentia-me um gato à janela que lutava contra o seu instinto natural de descobrir o que está para lá do vidro. recolhia-me para o ar quente da casa e como que num passe de magia a humidade e frio dos ossos eram substituídos pela temperatura acolhedora, segura, quieta que encontrava deste lado do vidro.
quando o fim do dia era cumprido assim, mergulhava num sono profundo e rejuvenescedor em apenas alguns segundos. assim ia para outro mundo, preenchida de paz.
o mês da Morte trouxe esta pequena mudança. menos um ritual que se cumpre.
o último cigarro do dia era fumado à janela da cozinha. essa mesma janela onde já vivi, assisti, presenciei, penetrei cenários de um vasta variedade. o ar frio da noite, misturado com o fumo do cigarro, penetrava em mim, entrava-me nos ossos. os barulhos de uma cidade que se preparava para adormecer invadiam os meus ouvidos. ficava ali a presenciar esse pequeno momento, a comungar de um fim, mais um.
a atmosfera apesar de fria era convidativa. oferecia tanto para descobrir, mais sons, mais sensações, cheiros, percepções. sentia-me um gato à janela que lutava contra o seu instinto natural de descobrir o que está para lá do vidro. recolhia-me para o ar quente da casa e como que num passe de magia a humidade e frio dos ossos eram substituídos pela temperatura acolhedora, segura, quieta que encontrava deste lado do vidro.
quando o fim do dia era cumprido assim, mergulhava num sono profundo e rejuvenescedor em apenas alguns segundos. assim ia para outro mundo, preenchida de paz.
o mês da Morte trouxe esta pequena mudança. menos um ritual que se cumpre.
the last time by Shin Tau |
Na segunda hora de Lua de um dia de Vénus e do Sagrado Coração de Maria, S. Fiacrio e Santa Rosa de Lima
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