Diz a história que os deuses andavam preocupados com o destino dos homens, pelo facto destes mostrarem muito pouca capacidade para aprender as Grandes Leis do Universo. Então, Toth, deus do Conhecimento, lembrou a assembleia da tendência que os homens têm para o vício e para o erro.
The Fortune Teller de Lucas von Leyden
A assembleia, meio incrédula pela palermice lembrada, não compreendeu que o que Toth queria dizer, é que o homem através dos vícios e dos erros poderia aprender mais rápido. Isolando-se do resto do panteão, Toth criou as 78 lâminas que iriam guardar os segredos para quem os quisesse aprender.
E assim surgiu o tarot! Pelo menos eu gosto de acreditar nesta versão, mas a verdade é que não há provas disso. As primeiras provas que temos são as palavras de um frei, de nome João, que na sua correspondência fala de um jogo de cartas que indica o estado do mundo, isto no século XIV.
A primeira evidência literária da existência das carte da trionfi foi um registro escrito nos autos da corte de Ferrara, em 1442. As mais antigas cartas de tarot existentes são de quinze baralhos incompletos pintados em meados do século XV para a família governante de Milão, os Visconti-Sforza. Para mais informação recomendo a página da Wikipédia, repleta de referências bibliográficas que me leva a crer na sua fidedignidade, de onde se retirou este parágrafo.
Na Biblioteca Nacional de Paris, podemos encontrar 17 cartas de um baralho italiano datado de 1470, supõe-se que serviram para entreter o rei Carlos VI (também me parece bem, uma vez que era o Rei completamente louco!).
Les Saltimbanques de Gustave Doré
Muitas outras referências temporais existem, mas apesar de haver muitas hipóteses sobre a criação do tarot, a verdade é que existindo com a configuração actual, das 78 lâminas e para fins divinatórios, só se começa a ter registos a partir de 1773, quando Antoine Court de Gébelin publica o penúltimo volume da sua obra Lê Monde Primitif Analysé et Compare avec lê Monde Moderne. Neste volume apresenta o Tarot e a sua visão sobre o mesmo. Para os interessados e para quem a língua inglesa não seja um problema aconselho a leitura da tradução de Donald Tyson, THE GAME OF TAROTS.
Em 1889, as visões de Gébelin, atribuindo a origem do tarot à cultura egípcia, associando as 22 cartas às 22 letras do alfabeto hebraico, são corrigidas por Oswald Wirth e o ocultista Papus lança o Tarot dos Boémios usando os desenhos de Wirth.
Dez anos depois o grande mestre Aleister Crowley entra para a Golden Dawn e aprende os mistérios do Tarot e da Cabala, mas será apenas em 1943 que lança o grande Tarot de Thoth. (Um tarot que mudou a história.)
Em 1909 é publicado o livro O Tarot Adivinhatório de Papus e um ano mais tarde The Pictorial Key to the Tarot de Arthur Edward Waite.
E pronto, agradeço à Virgínia Jorge que me fez regressar aos arquivos e relembrar um pouco a história. Além disso, agradeço a David Soares pela excelente recomendação de leituras que faz nos apontamentos da sua última obra de arte - O Envagelho Do Enforcado.
Feitos os agradecimentos, pergunto-vos: em que acreditam?
Na primeira hora de Mercúrio do dia de Marte, S. Mateus, S. Efigénia, S. Mauro
Interessante a historia do tarot... Acho que a sua verdadeira origem será sempre um mistério! :)
ResponderEliminarConcordo contigo Gaspas, será sempre um mistério.
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