A semana da Força, coincidente com a semana do Solstício do inverno e a celebração do Natal, levou-nos para o campo da auto-disciplina, da coragem para aceitar desafios ou para a falta dela, deixando-nos com o aviso sobre a falta de controlo. Vamos lá espreitar o que nos ensinaram os Arcanos Menores.
É óbvio que esta semana nos falou muito sobre os nossos pensamentos, sobre a nossa capacidade de cocriar. Não é preciso reforçar a ideia de que são os nossos pensamentos que nos ajudam a criar o nosso ambiente, isto já todos o sabem. O que não quer dizer que todos o apliquem.
Para se ter alguma tranquilidade mental, já vimos várias vezes, é necessário manter algum controlo sobre os medos, as dúvidas, não permitindo que estas envenenem os nossos planos. Quando as coisas começam a ficar com muita trama, muito enredo, é preciso fazer uso da espada do Pajem e cortar o inútil, indo diretos ao assunto.
Isto não se consegue de um dia para o outro, é preciso perseverança, insistir e não desistir só porque da primeira vez não correu como queríamos, não quer dizer que nunca sejamos capazes de o conseguir. Quando planeámos algo e pusemos a nossa energia mental nalguma coisa que depois não teve os resultados pretendidos, é momento de para e avaliar. Muitas vezes esse resultado tem a ver com as nossas emoções.
Quando aliamos as emoções certas aos nossos pensamentos, o impossível torna-se mesmo impossível. A dificuldade da maioria de nós está em saber que emoção usar. Quantas vezes usamos o medo, a raiva, o ódio, o desespero, e depois temos que arrecadar com as consequências do que eles provocam. A escolha só pode ser, mesmo, a tranquilidade, a paz. Só com o nosso corpo emocional em paz podemos estar a cocriar algo de muito positivo para nós, todas as outras servirão para nos colocar mais desafios na frente.
Criar desafios nem sempre significa um atraso no caminho. Os desafios podem surgir e fazer-nos crescer, fazer-nos dar pulos quânticos no nosso Caminho. A questão que nos pode vir a atormentar é quando não damos a resposta correta ao desafio. Quando escolhemos a saída mais fácil, aquela que era menos incomodativa, a que julgámos no momento ser a possível e não a desejada. Essas escolhas, pelo caminho mais rápido e fácil, trazem consigo perdas fortes.
Isto não pode parecer muito errado, pois todos nós aceitamos que quando não escolhemos o que é correto para nós, acabamos por ter de perder algo que nos leve novamente à escolha anterior e nos faça agir corretamente. E como saber se escolhemos, agimos, fizemos, decidimos corretamente? Simples, quando o nosso coração ficar em sossego e aconchegado e não inquieto ou excitado.
A Força está em manter o controlo, sim, dos pensamentos aliados às emoções. A Força leva-nos a escolher agir em consciência de quem somos e do que queremos. A Força esteve aqui e foi nisto que nos pôs a pensar.
No I-Ching aprendemos com o hexagrama 62 - O Pequeno Sucesso. Que já esteve presente a semana anterior com a Justiça, ora veja aqui.
O oráculo
O Pequeno Sucesso assegura progresso e realização.
A persistência correta traz recompensas.
É possível realizar pequenas coisas, mas não as grandes.
Os pássaros que voam alto avisam:
é favorável descer, e não subir.
Haverá muito boa sorte.
Interpretação
O oráculo prevê sucesso para os pequenos, porque é o momento de serem recompensados pela persistência correta. Também denominado Preponderância do Pequeno, Pequeno Excesso ou Pequeno Exagero, esse hexagrama esclarece a relação entre o excesso e a carência, bem como o caminho para harmonizar essas duas faces do destino.
Não é uma época para alimentar aspirações muito altas, mas para limitar-se a metas mais humildes. Justamente nessa adequação às exigências do momento é que se encontra a solução para as carências e danos do período. É esse o sentido da imagem do pássaro que não deve se exceder, voando para altitudes superiores à sua força, mas sim descer para a terra onde se encontra o seu ninho.
A modéstia e a conduta correta serão recompensados pela boa sorte.
Com o Arcano Maior, obtemos o hexagrama 10 - Caminhar (A Conduta):
O oráculo
Pisar sobre a cauda do tigre.
Ele não morde o homem.
Sucesso.
Conselho
O homem nobre consulta superiores e inferiores e assim fortalece as aspirações do povo.
Interpretação
Quando estão face a face seres, grupos ou condições desiguais na força e no poder, a saída que evita confrontos destrutivos está em estabelecer uma justa mediação. Distinguir, consultar, moderar superiores e inferiores levará a uma hierarquia justa das partes.
Isso vale tanto para os acontecimentos na vida exterior, como para o mundo interno, quando diferentes motivações avançam pela mesma trilha.
Na terceira hora de Marte do dia de Lua, S. Estêvão
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