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A mostrar mensagens de junho, 2012

Para fora e para dentro

Fazer as malas é sempre difícil, mesmo quando é só para um fim de semana prolongado. Contudo, há certos elementos que não podem faltar: chapéu e óculos para o sol, leitura e música para a viagem e momentos de lazer e, claro, uns sapatos confortáveis e uns calções. O notebook?! Bom, este serve mesmo só para poder escrever e descarregar fotografias, não haverá mundo virtual nestes dias. Música que me acompanha este fim de semana: The Tree of Life   banda sonora Let England Shake   - PJ Harvey XX - The XX (não me canso deste álbum) Within and Without  - Washed Out Lost Wisdom   - Mount Eerie As High As the Highest Heavens and from the Center to the Circumference of the Earth - True Widow Pink Magik - Giraffes?  Giraffes! Burst Apart - The Antlers Estão criadas as condições perfeitas para uma viagem longa e que se espera intensa, será que a Morte se vai revelar? Seja como for, estava mesmo a precisar!

A Morte

Ilustração de Daniel Silvestre da Silva Não é preciso ter medo da morte, disse Batalha, com serenidade. N-não é precis... Jigajoga engoliu em seco; a sua compleição xantocromática ganhou um tom enrubescido. Por um instante, Batalha achou que ele se ia desconjuntar e ser absorvido pela terra, como uma raiz seca - até os partidários que o ladeavam, à guisa de medulas espinais suplentes, se mostraram preocupados. B-Batalha, sussurrou Caldaça, pousando uma mão no dorso. É melhor não dizeres mais nada. Porque é que dizes que não é preciso ter medo da morte?, perguntou Jigajoga, ainda desnorteado. Porque enquanto nós existirmos, a morte não existe, explicou Batalha. E quando ela existir, quem não existe somos nós. Virou-se para a assistência e disse: A morte não é como os gatos, que existem ao mesmo tempo que nós e nos podem comer. A morte só existe quando nós já não existimos, por isso não nos pode fazer mal. Acreditas mesmo nisso?, perguntou Jigajoga, tremelicante; as grandes

A Morte liberta-nos

Depois do Solstício e da noite mágica de São João, chega-nos a Morte. A palavra de ordem da semana é libertar. É preciso compreender que tudo tem um propósito, por muito pouco tempo que seja a sua duração ou existência. Cada acção, cada palavra, cada gesto, cada símbolo trocado produziu um efeito dentro de nós. Cada pessoa ou situação aparece para nos levar a algum sítio, real ou simbólico. Mas, como a Roda da Vida não pára, tudo o que estava no início chega a um momento em que se encontra no fim. E novamente no início e depois no fim... A Morte vem lembrar-nos isso. Agora que caminhamos para o nosso interior, nesta fase do Sol Negro, precisamos de nos libertar daquilo que já não nos é útil, aquilo que neste momento só faz volume na bagagem que levamos nesta Jornada. Não é fácil, com certeza que não. Os hábitos são das coisas mais difíceis de libertar, já que eles nos dão segurança, nos fazem acreditar que tudo está controlado. Porém, chega o momento de abrir mão dessa seguran

E mais um ciclo se cumpre.

Celebramos hoje o dia mais longo do ano, o Solstício de Verão. O Solstício é um período em que o Sol, esse astro venerado desde os tempos ancestrais, essa fonte de vida essencial a todo o ser vivo que habita nesta casa maravilhosa, o planeta Terra, fica "parado" durante um período de 3 dias. Essa "paragem" do Sol proporciona uma experiência única ao ser vivo. São períodos de reajuste,  reequilíbrio para os organismos, de adaptação a novas fases, e, para os seres pensantes, um período de reflexão.  Neste momento o Sol atinge a sua declinação-Norte máxima e, a partir daqui, o afastamento do Astro-Rei acontece. Este afastamento provoca alterações no campo anímico, pois a energia vital, que se fortalece pelos seus raios, começa a afrouxar, por falta do contacto com o mesmo. A fonte de energia torna-se mais fraca e, inevitavelmente, o ser vivo vira-se para dentro. O mesmo começa a acontecer com toda a vida na Terra. As folhas caem e tornam-se composto para fertili

Com peso e medida

Esta semana temos a Justiça como energia. A palavra de ordem é integridade. Que motivação temos escondida em cada acção que iniciamos? Que verdade buscamos? O que fazemos para que as nossas Verdades morais/pessoais/espirituais sejam executadas no mundo onde actuamos? Depois da Temperança, onde o caldeirão deu uma infusão, é hora de beber desse líquido mágico e banharmo-nos na Verdade e na Justiça. É hora de agir com integridade, imparcialidade e equilíbrio. Urge analisar, pesar as nossas atitudes na balança da Justiça. Para esta semana muita cautela, muita ponderação. Não deixemos que os instintos se apoderem da nossa Vontade, é preciso medir o peso do que dizemos, fazemos, desejamos. Tudo, neste Mundo Manifestado, tem uma consequência, estaremos dispostos, depois, a receber o peso delas? Uma boa semana a todos.

Gostava de te ter dito isto antes

As lágrimas, expressão da emoção que a tua notícia causou, rolam não pela tua partida mas pela dor que ela deixa em que cá fica. Mas tudo segue o seu curso e a própria dor se irá integrar e passar a fazer parte de quem somos, agora sem ti. Obrigada pelos momentos de prazer, alegria e partilha. Que os mestres te tenham acolhido esta noite com muito carinho. Parte nessa nova viagem que agora começas de coração tranquilo, tudo te será perdoado, perdoa também e segue.

Temperar esta semana

Depois da busca interior com o Dependurado, chega-nos a Temperança, a energia da transmutação. Returning of Proserpina por Michael Cheval Que podemos esperar para esta semana? Muita oportunidade para trazer Luz às questões que nos estão a prender, a travar no Caminho, a dificultar o objectivo. Enquanto que com o Dependurado tudo foi vivido para dentro, experimentado dentro de nós, em busca das nossas respostas singulares, com a Temperança vamos abrir o caldeirão e beber a poção que criámos nesta semana anterior. Que tipo de mistura fizemos? Que sabor lhe demos? Que poderemos aproveitar desta fusão? As respostas continuam a ser sempre individuais, mas a experiência desta semana será colectiva. Partilhemos o que temos para partilhar. Ofereçamos as nossas experiências aos outros e aprendamos a viver sós mas unidos com todos. A mudança está aí para quem a quiser aproveitar. Usemos esta energia o melhor que formos capazes e desfrutemos de uma semana muito intensa em termos de r

Quem canta, sua pedra levanta!

E o que é que tu descobriste ?, perguntou Batalha, referindo-se às visitas que ele fazia ao sítio da construção da igreja. O que é que tu descobriste que tens de ser? Foto de Mars Chen Descobri que sou uma pedra a meio-caminho de ser um homem , respondeu Pedranceiro, pousando os cotovelos nos joelhos. Eu ouço-os. eu sei que eles também se aperfeiçoam ao construir a igreja deles. Como é que sabes isso? Porque eles cantam ao polirem as pedras , disse Pedranceiro . E desbastam as imperfeições deles com as delas. É isso que eu tenho que fazer, mas... Curvou a cabeça. Mas ainda não sei o segredo. Às vezes, fico muito triste e acho que nunca vou aprendê-lo, mas quando me sinto mais confiante vou até à igreja e escuto tudo o que eles dizem. Não me escapa nada. Foi assim que descobri de que pedra sou feito. E passado tanto tempo, tanto que já tive oportunidade para calcorrear todas as montanhas que existem por aqui, por dentro e por fora, pude dar um nome a mim próprio. Foi um gr

Forgiveness

O Eremita e a Lua Cheia conjunta à minha Lua Natal levaram-me hoje para pensamentos sobre perdão. Não me é difícil perdoar os outros, pois compreendendo-os, aceitando-os como são, torna-se fácil de os perdoar pelo que fazem. Mas perdoar-me a mim mesma, isso é uma conversa completamente diferente. Não sei se é o meu idealismo que me leva a buscar a perfeição, se é apenas uma incapacidade em aceitar que sou tão humana quanto os outros, o que sei é que me é difícil perdoar pelas atitudes, comportamentos, pensamentos e situações que considero indignas de mim. E cada vez que isso acontece dói-me o coração. Sinto vergonha de mim própria e, fechando os olhos, parece que fico minúscula de tão imunda que me sinto. Também sei, e a minha reflexão vem a propósito disso mesmo, que quanto mais ressentimento, raiva ou ódio nutrimos por alguém ou por alguma memória de nós, mais ela vai perdurar nas nossas vidas. Sentimentos negativos como esses fazem com que a nossa mente se ocupe em criar

Eremita a energia para a Lua Cheia em Sagitário

É momento de reactivar a nossa Luz Interior. É momento de acender a brasa que se está a apagar e fazer uma chama enorme, capaz de iluminar o caminho, aquecer o corpo e indicar a presença do nosso espírito aos outros. Pois esta semana temos o Eremita como companheiro de viagem. She's right there  por Jordan Blanchard A Lua Cheia vai acontecer em Sagitário, activando o que aprendemos na semana dos Amantes, já que esta carta representa a dualidade de Gémeos, signo onde se encontra o Sol e oposto a Sagitário. Os opostos devem ser unidos e essa consumação poderá acontecer já amanhã, durante a Lua Cheia. Aproveitemos então a energia do Eremita para nos recolhermos e aceitarmos, de uma vez por todas, o que o Caminho nos colocou à frente. Isto é, as escolhas que fizemos e que, por conseguinte, nos trouxeram exactamente a este momento, a este lugar. Pensando na minha Luz e naquilo que tenho dentro, só uma banda pode ser escolhida como a energia sonora, Radiohead, e, de

O Amor, Meu Amor e O que é o Amor?

Para concluir a semana dos Amantes, onde andámos bem entretidos nas questões amorosas que ocupam o nosso coração e mente. Fica aqui um vídeo que considerei bastante interessante e um poema de um dos meus escritores preferidos. Espero que a semana tenha sido proveitosa nestas questões. E que em última instância tenhamos conseguido fazer o casamento alquímico dentro de nós, unido os nossos amantes, mente e coração. Nosso amor é impuro como impura é a luz e a água e tudo quanto nasce e vive além do tempo. Minhas pernas são água, as tuas são luz e dão a volta ao universo quando se enlaçam até se tornarem deserto e escuro. E eu sofro de te abraçar depois de te abraçar para não sofrer. E toco-te para deixares de ter corpo e o meu corpo nasce quando se extingue no teu. E respiro em ti para me sufocar e espreito em tua claridade para me cegar, meu Sol vertido em Lua, minha noite alvorecida. Tu me bebes e eu me converto na tua sede. Meus lábios mordem, me

A Vida pode ser uma simples história de Amor

Deixemos a nossa criança guiar-nos e tudo será simples...