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A Morte liberta-nos

Depois do Solstício e da noite mágica de São João, chega-nos a Morte.
A palavra de ordem da semana é libertar.

É preciso compreender que tudo tem um propósito, por muito pouco tempo que seja a sua duração ou existência. Cada acção, cada palavra, cada gesto, cada símbolo trocado produziu um efeito dentro de nós. Cada pessoa ou situação aparece para nos levar a algum sítio, real ou simbólico. Mas, como a Roda da Vida não pára, tudo o que estava no início chega a um momento em que se encontra no fim. E novamente no início e depois no fim...

A Morte vem lembrar-nos isso. Agora que caminhamos para o nosso interior, nesta fase do Sol Negro, precisamos de nos libertar daquilo que já não nos é útil, aquilo que neste momento só faz volume na bagagem que levamos nesta Jornada. Não é fácil, com certeza que não. Os hábitos são das coisas mais difíceis de libertar, já que eles nos dão segurança, nos fazem acreditar que tudo está controlado.

Porém, chega o momento de abrir mão dessa segurança e elevar o nosso coração, aceitando a energia da Roda da Vida e entrando em sintonia com ela, para que o nosso caminho se cumpra a Grande Obra seja realizada. É o passo em frente ao abismo, o passo da fé.

É neste sentido que a Morte para esta semana chega como uma bênção. Libertemo-nos dos padrões, libertemo-nos das relações que nos afundam, libertemo-nos das ideias velhas e gastas, libertemo-nos de tudo o que já não faz sentido. E aprendamos a caminhar mais leves.

Esta libertação trará alguma dor, efectivamente. Por isso, é importante recordar que a dor, mesmo que ilusória, deve ser vivida e não ofuscada com tentativas de distracção. Não é enchendo o buraco que fica com coisas vãs e irreflectidas que nos curamos. É preciso parar, sentir e carpir. Lentamente e com amor o buraco fechar-se-á, por si só.

Deixo-vos esta semana com o pensamento de Jean-Paul Sartre:

«morremos no exacto momento em que deixamos de ser úteis»

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