O homem, considerado como nós o fazemos, sob o ponto de vista psicológico, pode ser comparado a um jardim plantado sobre três planos diferentes. Estes planos chamam-se: o primeiro, instinto; o segundo, sentimento; o terceiro, intelecto. Por ocasião do nascimento, cada ser possui grãos para semear em seu primeiro jardim, o instinto. Estes grãos, uma vez semeados, produzem plantas silvestres sem necessitar quase nenhum cuidado por isso que, ao lado dos jardins, a fonte das sensações se encarrega de regar tudo.
Quando as plantas das faculdades botam, produzem flores denominadas idéias e grãos que contém em gérmen também faculdades.
São aqueles grãos que devem ser semeados no jardim, e sob a influência da fonte das sensações; com a ajuda, desta vez, do trabalho do jardineiro, as plantas viçam, menos silvestres, embora da mesma natureza que as precedentes, e novas faculdades vêm ornar o jardim psicológico do ser humano.
Quando estas plantas, por sua vez, produzirem frutos, será preciso extrair laboriosamente o grão e semeá-lo no jardim do intelecto, onde novas faculdades nascerão, uma vez que o jardineiro redobre de cuidados e atenção.
Não há, pois, idéias inatas no homem, assim como não existem carvalhos inteiramente copados quando uma floresta vai ainda nascer em um recanto da natureza. Mas há, no homem, um grão inato que se desenvolverá, mais ou menos, conforme a sua vontade, e que dará origem a uma árvore que a mitologia cristã chama a árvore do bem e do mal, porque é preciso saber colher e cultivar os grãos místicos que provêm da árvore.
(...)
Ora, como tudo está em movimento no ser humano, é preferível figurar-se o jardim igualmente em movimento e, neste caso, é preferível escrever o nome das faculdades sobre um círculo ou sobre uma esfera que se faça girar à vontade. Eis por que toda a sensação, chegando no ser humano, faz girar, abala um, dois ou três círculos, conforme este tenha evoluído em uma, duas ou três ordens de faculdades; é desta evolução que depende o homem na natureza.
in Tratado Elementar de Magia Prática de PAPUS
Na segunda hora de Mercúrio de um dia de Júpiter e de S. Gregório e de S. Tiago de Marca.
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