O António Rosa já há algum tempo andou a divulgar um novo espaço com um conceito muito interessante, o Vou de Coletivo! No entanto, ainda não tinha sentido que havia chegado a minha hora para ir de colectivo, até este tema de Setembro, dormir aqui e a amanhecer em outro lugar.
O tema interessou-me, seria o mote perfeito para começar a escrever os meus contos, as minhas histórias, poder dar vida Às Folhas da Shin. Vamos ver como me saiu!
«A noite está calma. O céu tem aquela tonalidade de azul que apenas acontece quando há lua cheia. A Mãe está a olhá-la e ela olha a Mãe. Sorri e fecha os olhos. Puxa suavemente os lençóis e cobre o corpo, não muito, pois faz calor. Todavia, com calor ou frio, Shin não consegue dormir destapada, precisa sempre do conforto do calor, da presença da energia a envolvê-la. Relembra isso e sorri.
Ao fechar os olhos revê na sua memória os acontecimentos do dia e agradece pelas bênçãos recebidas, sente-se grata e ainda mais protegida. A paz começa a invadir o seu corpo e relaxa. Ao seu lado, na mesinha, um candeeiro e uma foto. Em frente a secretária com folhas acabadas de escrever, um livro antigo e canetas espalhadas. As portas do roupeiro fechadas e as cortinas também. A segurança do seu quarto, o reconhecimento do espaço, um dado adquirido, ela sabe mentalmente o lugar de cada objecto. A paz mental começa a chegar e ela relaxa. Os pensamentos voam e ela adormece, na sua cama azul cor de céu nocturno.
Uma luz chega através da janela e incomoda o sono. O olho treme mas insiste em não abrir. Vira-se para o outro lado esperando que passe. Contudo, ao virar-se sente um calafrio a percorrer o seu corpo e busca os lençóis instintivamente. Não os encontra...apalpa e apalpa, mas não os sente. Finalmente encontra algo, frio, duro, redondo, algo que ela não reconhece, pois tudo isto ainda é feito com os olhos fechados.
Relutante decide abri-los e verificar o que era aquela coisa indecifrável. Shin demora ainda um tempo até conseguir levar todo o cenário à sua mente e reagir. Onde está a mesa com o candeeiro e a foto. A secretária, os papéis que escreveu na noite anterior, o roupeiro, os cortinados, a cama azul céu nocturno.
Todo o cenário conhecido havia sido substituído, desaparecera e agora não reconhecia o espaço. Observou e tentou registar outros pontos de referência. A pedra, a escuridão, a humidade e uma gruta. Onde estava? Como havia ali ido parar? Porque estava presa com uma corrente. O que fizera?
Inquieta tentou acalmar-se e dizia para si própria «É tudo um sonho. Acorda! Acorda!». Mas nada acontecia. Em segundos tentou aceder aos seus arquivos e pensar no que sonhara, por onde havia andado e qual a última coisa que fizera. Lembrava-se de ter adormecido na sua cama e olhado a Mãe, mas nada mais. Havia uma imagem na sua mente mas ela não a conseguia agarrar tempo suficiente para a descodificar.
Os seus olhos começaram a viajar no vazio e aquela sensação que tanto tempo conhecera, havia desaparecido, estava em frente ao desconhecido, sem qualquer controlo da sua situação. Aprisionada e perdida, era tudo o que ela conseguia identificar nas suas sensações. O terror invadiu o seu corpo e rendeu-se à prisão.
Na primeira hora de Saturno do dia de Vénus, S. Rosa de Viterbo, S. Grata, S. Marino de Rimini
Adorei o teu conto!
ResponderEliminarE agora queria mais... isto pede "cenas dos próximos capítulos"!
Beijos, bom finde
HAzel
ResponderEliminarque fixe, estás aqui!!! A tua opinião é importante para mim! Obrigada!
O bichinho está a acordar!!!
Beijões amiga
Shin
ResponderEliminarEspectacular.
Talento literário a rodos.
Só falta mesmo a Hazel escrever o post dela para a blogagem colectiva.
Beijo
Olá Shin Tau
ResponderEliminarOra bem ao que parece a veia literária tem andado escondida. Talvez porque o que contas seja muito intimo.
Sabes tenho assistido ao teu crescimento. (ao que permites que eu veja claro)Cada vez te sinto mais liberta, mais en sintonia contigo e com os outros.
"Well done"
Beijos
O Viajante
António,
ResponderEliminarque alegria, é importante para mim que gostes ;)
Obrigada.
Agora falta mesmo a Hazel, ui...vai ser mágico!
Beijoocas
Viajante,
ResponderEliminarbolas! Fiquei emocionada :)
Obrigada, a tua opinião também me é importante, pois sei que vem de dentro da tua essência.
Verdade o que dizes, sinto isso também. Tenho-me disponibilzado muito, aberto portas ao mundo que me eram difíceis. A blogosfera teve e tem a sua importância. E os amigos também, rodeada de tanto amor, como poderia eu recusar estas experiências?
O medo do desconhecido e da dor que poderia vir regeu a minha vida durante algum tempo, mas com o fim do regresso de Saturno, creio que a prova foi superada! Terei os instrumentos necessários para lidar com o que me acontecer, acredito nisso.
A ti o meu reconhecimento e agradecimento, pois ajudaste muito a que as condições se proporcionassem.
Beijocas
Shin e António Rosa:
ResponderEliminarMas vós acreditais que eu nunca entrei nesse link das blogagens colectivas?
Pois é verdade; nunca lá fui.
Nem sei se é preciso inscrevermo-nos, ou se basta fazer os posts sem dizer nada a ninguém. Que verdura a minha!!
Um destes dias, também faço um, sim.
Why not?
Grazie pelo incentivo
Uau!!!!!!! Excelente estréia, fiquei com gostinho de quero mais. Que venham mais e mais contos das folhas mágicas da Shin!!!!
ResponderEliminarbjos
Excelente conto, Shin... concordo com os comentários acima, quero ler mais! Terá continuação?
ResponderEliminarSeu espaço é muito bom, voltarei novamente!
Grande abraço!
Olá Shinita, já estou como a Hazel, queria ler mais.Adorei o conto, está lindo.Beijocas.
ResponderEliminarLinda Shin,
ResponderEliminarAs tuas folhas são mesmo mágicas, espero que desvendes mais da tua magia!!!
Parabéns!!!
bjs de luz!
Marta
Meu doce,
ResponderEliminarQuero mais!!!!
:)))
Beijocas
Shin, mas o que esperas para começares a escrever desenfreadamente? Queremos mais :)
ResponderEliminarMuito beme scrito e muito mágico mesmo!
Bjos de Luz
Adoro contos assim em que nao desprego os olhos enquanto nao encontro o final.Adorei.
ResponderEliminarBoa escritora, é só acreditar. \Parabéns.
Hazel,
ResponderEliminaracredito, será assim, quando chegar a tua hora chegará!
Beijocas
Marcelo
ResponderEliminarhiihihihi com tanto apoio os contos começaram e ebulir!!!
Obrigada vou lá espreitar o teu que ontem não tive tempo.
BEijocas
Bia
ResponderEliminarsê bem-vinda e que feliz fiquei por este livro te ter agradado. Volta sempre sim, serás sempre acolhida com amor.
Quanto ao conto, confesso que fiquei surpresa e não tinha pensado em fim nenhum, achei que ficaria ao cargo de cada um terminá-lo. Irei pensar sobre isso!
Uma beijoca e obrigada
MAria de Fátima,
ResponderEliminarobrigada querida, foi bom ter-te aqui a apoiar-me também :*
MArta
ResponderEliminarolha que surpresa tão boa! Adorei a tua presença e mudaste o avatar :)
Obrigada meu doce
beijcoas
Marise,
ResponderEliminarbem...nem imaginas como estou surpresa com a vossa reacção. Estou sem jeito.
Vou vos preparar uma partida!!!
Beijocas amiga
Siala
ResponderEliminaresperava um motivo! Uma desculpa! O blogue das Folhas da Shin está criado desde o DezMistificando, mas não havia necessidade. Agora acho que chegou a sua hora!
Obrigada pelo teu carinho
Beijcoas
Deu medo, sinal de que escreves muito bem.
ResponderEliminarBjo na alma..
Meri
ResponderEliminarhihihiih Obrigada! O terror está em mim, gosto de desertar essas sensações, fico feliz que tenha funcionado!
Beijocas
Olá Shin Tau!
ResponderEliminarNossa... eu não sabia que você escrevia tão bem!
Tem uma expressão aqui no Brasil que, por exemplo, quando se termina com sucesso algo, se diz: "você fechou com chave de ouro!"........ depois de ler este conto eu te digo: "você ABRIU com chave de ouro Shin Tau! Parabéns!!!
Beijos.
ISa meu doce
ResponderEliminaraqui também se usa essa expressão! Obrigada amiga pela força, viu ;)
Beijocas
Um bonito e bem escrito conto.
ResponderEliminarQuase uma fábula em que o terror e a ignorancia trazem a rendição a prisão.
Muito bom mesmo
beijos
Angela
ResponderEliminarsê bem-vinda.
Fico grata e feliz com as tuas palavras, muito obrigada!
Espero que voltes sempre!
Beijocas