Bom, hoje tenho uma partilha diferente para fazer... Estava eu a sair de casa para ir trabalhar à tarde quando pensei "Com este tempo ficava era bem no sofá a aproveitar este belo dia de Outono. Bom o melhor é ir um pouco mais cedo porque está a chover e há sempre mais trânsito". Peguei no carro e 30 metros à frente vem um carro ao meu lado, na faixa da esquerda que quer estacionar à minha direita e não vai de modos, vira e pronto, está estacionado! Batemos, como é claro! A chover, piso molhado, o tempo de reacção não foi suficiente e pimba! O meu lado direito para dentro e a porta da esquerda do outro empenada! Até aqui tudo bem, só não acontece a quem não anda na estrada, pelo menos foi o que os condutores mais experientes, que não resistiram a dar o seu palpite, disseram. O senhor sai do carro e eu tenho aquela saída ridícula "Então não me viu?" LOL! Não, viu-me mas apeteceu-lhe perder o seu tempo ali à chuva a brincar aos acidentes. Enfim, é daquelas coisas que nos saiem automaticamente. Automático também foi a resposta dele, no seu alentejano perfeito para a situação: A culpada é a senhôra, atão ê abri o piscã e a senhora nã me deixô estacionari. Eu faço sempre isso, venho da esquerda que é para ficar dereto.
O senhor não quis perceber que estava errado e que a responsabilidade do sinistro era sua, como não queria ser teimosa, decidimos chamar a polícia, não sei bem para quê, mas acho que todos ficamos mais descansados com a autoridade presente. Inutilidades!!! Perda de tempo, é o que é!!! Uma hora e meia depois, duas aulas perdidas e uma tarde perdida para o senhor, chegam as autoridades que nos explicam as duas hipóteses: declaração amigável, em que ninguém se dá por culpado e depois as seguradoras entendem-se, ou auto da polícia que não tem o parecer das autoridades, apenas expõem o que encontraram. O senhor perguntou qual era a diferença ao que o agente responde: o auto da polícia demora mais tempo e envolve multas pelas infrações cometidas. Deveria ter dito coimas, mas tudo bem, é desculpável, afinal segundo ele já era o terceiro acidente e estavam mais seis à espera. Multas? Que multas? - perguntou logo o senhor muito indignado - Eu só estava a estacionari! O senhor agente, com um leve sorriso, a revelar um almoço bem disposto, ou teriam sido os outros acidentes que correram bem e dai a sua alegria evidente, responde-lhe "A do código da estrada que explicita que para estacionar o veículo deve encontrar-se ao meio da faixa ou neste caso à direita. Bom, hora e meia depois de esperar e de perder alguns trocos por não ir trabalhar, afinal o senhor decide que quer a declaração amigável. Não me chateei, mas foi por pouco, pois estivemos ali horas para depois fazer o que poderíamos ter feito desde o início em apenas meia-hora. É como é, não vale a pena perder a paciência com coisas que já aconteceram, aprendemos que para a próxima (oxalá que não haja) resolvem-se as coisas sem a polícia e dá no mesmo.
O senhor não quis perceber que estava errado e que a responsabilidade do sinistro era sua, como não queria ser teimosa, decidimos chamar a polícia, não sei bem para quê, mas acho que todos ficamos mais descansados com a autoridade presente. Inutilidades!!! Perda de tempo, é o que é!!! Uma hora e meia depois, duas aulas perdidas e uma tarde perdida para o senhor, chegam as autoridades que nos explicam as duas hipóteses: declaração amigável, em que ninguém se dá por culpado e depois as seguradoras entendem-se, ou auto da polícia que não tem o parecer das autoridades, apenas expõem o que encontraram. O senhor perguntou qual era a diferença ao que o agente responde: o auto da polícia demora mais tempo e envolve multas pelas infrações cometidas. Deveria ter dito coimas, mas tudo bem, é desculpável, afinal segundo ele já era o terceiro acidente e estavam mais seis à espera. Multas? Que multas? - perguntou logo o senhor muito indignado - Eu só estava a estacionari! O senhor agente, com um leve sorriso, a revelar um almoço bem disposto, ou teriam sido os outros acidentes que correram bem e dai a sua alegria evidente, responde-lhe "A do código da estrada que explicita que para estacionar o veículo deve encontrar-se ao meio da faixa ou neste caso à direita. Bom, hora e meia depois de esperar e de perder alguns trocos por não ir trabalhar, afinal o senhor decide que quer a declaração amigável. Não me chateei, mas foi por pouco, pois estivemos ali horas para depois fazer o que poderíamos ter feito desde o início em apenas meia-hora. É como é, não vale a pena perder a paciência com coisas que já aconteceram, aprendemos que para a próxima (oxalá que não haja) resolvem-se as coisas sem a polícia e dá no mesmo.
Sentámo-nos, trocámos os documentos e preenchi a bendita declaração. Peguei no carro, dei meia volta e voltei a estacionar à porta de casa. Peguei nos materiais e como se estivesse a voltar do trabalho entro em casa. Isto foi surreal! A rotina era tal e qual como se tivesse estado a trabalhar, só não cheguei tão cansada e com a garganta a doer.
Como não é uma situação normal decidi fazer uma reflexão a ver o que conseguia imediatamente retirar do acontecimento. Banheira, incenso e música, estava pronta para reflectir.Primeiro é óbvio que não estava com vontade de sair e poderei ter criado essa situação para não ir trabalhar, mas acabei por chegar a casa às mesmas horas como se estivesse estado a trabalhar, portanto não fui bem sucedida nas minhas vontades. Segundo, há uma outra pessoa envolvida, que segundo ele nem deveria estar ali, veio a casa buscar uma camisola porque tinha frio, esta situação parece-me como é óbvio muito em sintonia para ser um mero acaso. Eu saí mais cedo do que o normal e o senhor veio a casa buscar roupa, ambos saímos da nossa rotina normal, ambos estavamos a provocar isto, maktub! Mas como não posso saber o que do outro lado acontece só posso pensar em mim, continuei a reflectir e, como gosto sempre de pensar no lado posítivo, disse para mim própria que provavelmente foi um acidentezinho que me demorou ali imenso tempo, talvez, para evitar algo muito pior que estivesse para acontecer. E lá fiquei a digerir esta hipótese.
Mas o bizarro não acaba por aqui, o telefone toca era uma amiga com uma voz muito estranha, muito em baixo, queixosa, nem acreditam...despistou-se e partiu o carro todo, sozinha e, graças a deus, não lhe aconteceu nada. Ficámos de boca aberta quando percebemos que nos aconteceu o mesmo, em circunstâncias diferentes mas não deixámos de ter um acidente as duas. A coitada que se queria queixar acabou por ficar como eu a bater mal a pensar na sintonia que tivemos numa coisa muito desagradável. O dia estava a ser bizarro...
Para mim esta notícia foi uma confirmação de que provavelmente o meu acidente foi para prevenir algo mais grave, como o que lhe aconteceu a ela, pelo menos aqui os danos são poucos e o culpado, segundo o que tudo indica é o outro.
Este dia de São Baco está a ser confuso!!!
Chegaram as primeiras chuvas e com elas vêm estes acidentes, é verdade, mas eu prefiro acreditar que não há coincidências e que o meu caminho se cruzou com o de João Paixão para me mostrar algo, ensinar algo ou simplesmente evitar algo, e com o da minha amiga para me alertar para isso mesmo, bolas é coincidência a mais, para ser apenas coincidência.
Num dia de Marte e de Samael
Cara Shin Tau
ResponderEliminarAinda bem que tudo se resumiu a chapa e que você esta bem.
Não mate a sua cabeça a tentar ver algo de transcendente a aprender com este incidente do seu caminho. Aliás a shin Tau já disse o que tinha aprendido está no texto.
E depois foi um exercicio de humildade em que apesar da situação tentou, e ao que parece conseguiu como diz a "clarisciência" na sua mensagem de dia 5/10 "Praticar a consideração, tanto no uso da linguagem quanto nas ações; e quando se sentir tentado a falar com aspereza, controle o impulso e, em vez disso, fale com calma". Portanto como vê um exercicio extremamente importante na sua evolução espiritual.
Depois disto vai ficar muito cansada com dores musculares mas acredito vai sobreviver
Saudações
O Viajante
Lembrei-me agora será por marte estar em escorpião?????
ResponderEliminarOra pois, acredite que foi uma das coisas que me lembrei e que me ajudou a manter a calma, pois marte em escorpião iria exaltar o estado de agressividade e defesa em que as pessoas normalmente se colocam nestes acidentes. Assim, tentei evitar essa possibilidade mantendo a calma e até a fazer piadas com o outro sinistrado para aliviar a tensão.
ResponderEliminarNão vou matar a minha cabeça a pensar na razão pela qual aconteceu, aliás porque isso não me levará a lado nenhum. A seu tempo, se houver algo mais para retirar do que já foi feito, virá à luz.
Obrigada pela atenção.
Paz e Amor
É pá, adorei este texto. Fartei-me de rir ao lê-lo, muito bem escrito.
ResponderEliminarAgora pergunto-lhe, será que teria a mesma atitude se fosse a culpada e tivesse de pagar os danos?
Parabéns pelo seu trabalho e continue a encher-nos de textos bem humorados, mas repletos de ensinamentos.
(ainda me estou a rir)
Cumprimentos
Anónimo, essa é de facto uma boa pergunta. Tive de ter algum tempo para lhe responder com o máximo de certeza possível, pois até que aconteça nunca poderei ter a certeza.
ResponderEliminarEm verdade, de coração, acredito que sim, talvez demorasse mais tempo até me conseguir acalmar, mas creio que a essência estaria lá. Culpada ou não, as coisas só têm a importância que lhe atribuimos, e eu decidi não dar importância a isto.
Espero ter respondido à sua pergunta com clareza.
Obrigada.