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A Beleza da Vida nos pequenos momentos

O vinho fala. Toda a gente sabe isso. Olhemos à nossa volta. Perguntemos ao oráculo na esquina da rua; o conviva não convidado num banquete de casamento; ao tolo ingénuo. O vinho fala. Ventriloquiza. Tem um milhão de vozes. Solta a língua, arranca-nos segredos que nunca tencionávamos contar, segredos que nem sequer conhecíamos. O vinho berra, disparata, sussurra. Fala de coisas grandiosas, planos esplêndidos, amores trágicos e terríveis traições. Ri às gargalhadas, Ri suavemente entredentes. Chora perante o seu próprio reflexo. Abre o caminho a Verões de há muito tempo e a memórias que melhor seria esquecer.


Depois de um fim-de-semana em grande, começado por um concerto magnífico e terminado com uma mensagem fenomenal, volto com algumas partilhas para fazer. Não falarei de tudo, pois há coisas que devem permanecer no interior do nosso coração a fermentar para depois poderem ser partilhada. Mas há outras que não, pois são antigas e devem ser libertas.
A citação com que começo esta partilha é o início do livro de Joanne Harris que presentemente estou a ler. Há uma coisa engraçada que me acontece com esta autora. Apesar de já a conhecer de nome há algum tempo, foi recentemente que um livro seu me veio para às mãos Sapatos de Rebuçado. Um amigo recomendou a uma amiga que por sua vez me emprestou e eu li. Li e por o achar tão próximo da realidade que estava a ocorrer no momento não o consegui terminar. E esta história fez-me recordar uma outra história de uma outra amiga. (É engraçado como funciona a nossa mente, lembramo-nos sempre de mais alguma coisa para contar) Nos tempos de faculdade andava ela com uma depressão, quando a psiquiatra a aconselhou a ler o Diário de Bridget Jones. Depois de ler uns capítulos decidiu pô-lo de lado. Eu achei estranho e questionei-a. Por o livro ser tão próximo da sua vida não tinha interesse, respondeu-me que mais valia ler o seu próprio diário, pois eram muito parecidos. Lembro-me de na altura achar que ela estava a recusar uma aprendizagem. Depois de me lembrar desta história, reflecti sobre a minha recusa em terminar de ler o livro e decidi terminá-lo, não suporto a ideia de estar a colocar uma oportunidade de lado pelo simples facto de sentir medo do que poderá vir. Decidi pôr um ponto final nessa história, afinal eu sei como ela termina(ou).
Depois disto eis que me surge o próximo. Não posso dizer que a sua escrita seja das que mais gosto, mas reconheço-lhe uma eficácia e fala sobre temas que me interessam. É daqueles livros que gosto de estar a ler ao mesmo tempo que leio os técnicos, dá para desligar quer dum, quer doutro. Não tem a ver com uma questão de qualidade, mas de gosto pessoal. Este livro veio ter comigo, mais uma vez, na casa de uma amiga. Longe de pensar que ela teria tal autora na sua estante eis que Vinho Mágico me salta à vista. Peguei e não lhe resisti. Faz já muito tempo que um livro não me vinha parar assim às mãos, como que por magia.
A história é contada através da perspectiva de uma garrafa de vinho que conta a vida de Jay e de Marise de novo em Lansquenet como em Chocolate. Não pude desviar o olhar e fingir que não era uma mensagem pessoal. Terei de aguardar para saber que mensagem aqui se esconde afinal, mas cheira-me a algo importante...

Entretanto como prometido vou deixar um vídeo de uma das partes mais lindas do concerto de Mercury Rev. Não quero colocar o que vivi em palavras pois isso iria retirar-lhe parte da magia, mas posso dizer que nunca tinha estado num concerto em que sentisse que a Banda intencionalmente modificava os nossos níveis energéticos. O concerto foi muito bem pesado e será um momento que levarei para a eternidade, uma lição de vida, uma tentativa de despertar as consciências como raramente encontrei. O concerto terminou com uma bela frase projectada no fundo “Search for your inner Light”. Se esperarem para ver o vídeo até ao fim, poderão compreender melhor o que estou a dizer! Vale a pena, experimentem!

Num dia de Santa Bebiana, Santa Aurélia e de Samael, Regente da Energia de Marte

Comentários

  1. Olá Shin Tau

    Tal como diziam os romanos " in vino veritás"
    E pronto já despertou a minha curiosidade, agravada com o facto de ter lido alguns comentarios interessantes sobre as obras da autora.
    E talvez porque neste momento me sinto um pouco como o Jack.

    Obrigada pela dica e cuidado com as garrafas que falam.

    Saudações

    O Viajante

    ResponderEliminar
  2. Ola querido Viajante,

    Nada como a sabedoria dos Antigos!
    Adoro um bom vinho tinto bebido entre amigos, às vezes, até sem eles!
    Grandes Karmas familiares foram resolvidos com uma, às vezes, várias garrafas de vinho. O vinho sempre foi um amigo para mim, bebido com moderação, às vezes, nem sempre!
    Pode então imaginar como este livro me chamou à atenção. Parecia que estava mesmo à minha esperra (risos, só parecia!) Ainda por cima encontrei-o num dos sítios onde melhor vinho bebo, realmente um livro sobre vinho e magia só poderia encontrar ali.
    Fico muito feliz por ter desperto a sua curiosidade, é bom dividir mensagens! Obrigada!

    Creio que hoje vou beber um bom Cartuxa e continuar a minha leitura, já não o consigo largar, até foi comigo para o trabalho, como se fosse ter tempo para o ler (risos)!

    Um abraço de Luz

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  3. Já li este... também está na minha estante. A Joanne Harris é a minha escritora estrangeira preferida.

    Estou a terminar agora o "Sapatos de Rebuçado", coincidentemente.

    Todos os seus livros são geniais, e diferem completamente uns dos outros. A única coisa que encontro presente em todas as suas obras... é a magia. Claro.

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