Hoje foi um dia tão especial que nem tenho palavras, ou melhor, não sinto que as minhas palavras cheguem para descrever todas as sensações, maravilhações, revelações, conclusões, emoções, que desde o ritual de ontem tenho sentido. Por isso, e como tem vindo a ser habitual, escolho as palavras de alguns poetas de minha preferência. Se a analise for bem feita, descobrirão as minhas sensações, maravilhações, revelações, conclusões, emoções....have fun!
O Sorriso
Creio que foi o sorriso
O sorriso foi quem abriu a porta
Era um sorriso com muita luz
Era um sorriso com muita luz
Lá dentro, apetecia
Entrar nele, tirar a roupa, ficar
Nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso.
Eugénio de Andrade
Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
Alexandre O'Neill
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
Alexandre O'Neill
Sempre
Nem te vejo por entre a gelosia;
Nunca no teu olhar o meu repousa;
Nunca te posso ver, e todavia,
Eu não vejo outra cousa!
Nunca no teu olhar o meu repousa;
Nunca te posso ver, e todavia,
Eu não vejo outra cousa!
João de Deus
Destino
Quem disse à estrela o caminhoQue ela há-de seguir no céu?
A fabricar o seu ninho
Como é que a ave aprendeu?
Quem diz à planta «Floresce!»
E ao mudo verme que tece
Sua mortalha de seda
Os fios quem lhos enreda?
Ensinou alguém à abelha
Que no prado anda a zumbir
Se à flor branca ou à vermelha
O seu mel há-de ir pedir?
Que eras tu meu ser, querida,
Teus olhos a minha vida,
Teu amor todo o meu bem...
Ai! não mo disse ninguém.
Como a abelha corre ao prado,
Como no céu gira a estrela,
Como a todo o ente o seu fado
Por instinto se revela,
Eu no teu seio divino
Vim cumprir o meu destino...
Vim, que em ti só sei viver,
Só por ti posso morrer.
Almeida Garrett
Num dia de Vénus e de Anael, de Santa Sofia e de São Macabeu
Num dia de Vénus e de Anael, de Santa Sofia e de São Macabeu
Comentários
Enviar um comentário
Grata pelas tuas palavras e que o Amor e a Harmonia acompanhem os nossos passos!