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Os credos e as religiões

Estava a ler o post anterior e comecei a pensar que ainda não escrevi nada sobre o que são estes Santos do dia que deixo no fim de cada post, sempre escolhidos por uma razão. Ontem em conversar com uma grande amiga percebi que há certos aspectos onde me preciso de definir, clarificar, pois há uma grande misturada de referências, uma amálgama, por assim dizer. Mas o mais importante é que eu preciso de sentir que isso é claro e não apenas porque acontece assim, porque e foi incutido assim.Não me posso considerar Católica, apesar de, como quase todos os Portugueses, ser essa a minha religião de baptismo e ter o meu vocabulário impregnado de referências católicas. Mas, desde muito cedo, que essa Igreja/Religião não me fazia sentido, nunca foi algo com que me identificasse, sempre preferi acreditar numa força unificadora que sentia que também existia em mim. Sempre achei que essa ideia de um Deus exterior e punitivo, não me assentava bem. Hoje em dia, contudo, não consigo deixar de ter algumas referências dessa religião, afinal de contas cresci e continuo a viver num país completamente católico, onde as freguesias têm nomes de Santos, onde em cada esquina há uma Igreja ou uma lenda sobre aparições/visões marianas.
Não obstante, estas referências não me incomodam e lido bem com o facto de apesar de não acreditar e não aceitar os dogmas desta religião, há determinados aspectos que considero úteis e que utilizo. Por exemplo, os Santos do dia que escolho são, quando é possível, os Homens que a meu ver têm uma experiência de vida interessante e que me poderão servir de exemplo. Estes exemplos são retirados da Igreja católica, lá está, apenas porque essa é a religião predominante no nosso país, se eu escolhi nascer aqui foi também para ser influenciada por esta cultura, não me faria sentido ir buscar experiências de budas ou árabes, quando a minha mentalidade e cultura é tão diferente.
Porém, estes homens poderiam ser da religião que bem entendessem, o seu exemplo de vida mostra-me apenas que é possível lutar e dedicar toda uma vida em busca da Verdade. Esta é a razão principal e única pela qual no fim de cada post eu coloco o nome do Santo do dia, por vezes posso fazer um especial sobre esse Santo, apenas por ele me ter ensinado algo mais do que era esperado, como foi o caso de S. Inácio de Loyola. Posto isto, acho que não há contrariedades em mim, tenho perfeita consciência das minhas escolhas, das minhas influências e sei perfeitamente o que pretendo de cada uma.
Posso afirmar sem medo de me estar a iludir ou a enganar que não sou católica, nem pagã; não sou cristã, apesar de acreditar no exemplo de Cristo; não sou isto, nem aquilo; Sou apenas uma peregrina a caminho da Verdade com uma bagagem cheia de referências e com um código de comunicação estereotipado.
Apenas posso dizer que acredito em Deus e nas suas muitas formas de ser, acredito na Deusa e nas suas muitas expressões e acredito nos exemplos dos nossos Irmãos, sejam eles de que credo forem. Mas acima de tudo acredito que falamos todos do mesmo, mas como cada um tenta impor o seu credo, acabamos por achar que uns são Deuses e outros Demónios, outros cristãos e outros pagãos, uns ateus e outros hereges... No dia em que não dermos nome àquilo em que acreditamos, talvez nos consigamos respeitar todos. Até lá, eu digo, Acredito no Amor!

Num dia de Saturno e de Cassiel

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