A Folia convida-te. Mas tens de estar preparado para te veres ao espelho, sabendo que ele não existe. Tens de estar preparado para veres, intimamente e sem anestesia, aquilo que te desconheces ou pretendes acima de tudo ocultar. Dos outros e, sobretudo, de ti próprio. Tens de estar pronto para visitares todas as mais recônditas possibilidades da vida, da morte e do que há para além de vida e morte. As tuas mais fundas possibilidades, o que és para além de ti mesmo. Tens de estar pronto para te despires. De tudo e de ti próprio. Se quiseres, vem então. Entra connosco neste teatro ilusório e verdadeiro, sisudo e louco, contemplativo e insubmisso, onde te arriscas a tudo, incluindo gozar e sofrer, chorar e rir, perder-te e encontrar-te. Vem, abandona o berço e o túmulo. Pois não nasceste nem morrerás.
TU ÉS ISSO.
Este foi o texto que despertou a minha atenção. Teatro, Ritual, Dança, Comunhão, Festa... Palavras tão poderosas para representar apenas uma coisa - A Arte de Caminhar. O espectáculo está em exibição desde 3 de Julho até 14 de Setembro e, como não podia deixar de ser, estarei presente no dia de fecho, na noite mágica de lua cheia, para comungar de uma energia diferente na enigmática Quinta da Regaleira.
O convite parte da Companhia de Teatro Tapafuros, com o texto de Paulo Borges e a encenação/direcção artística de Rui Mário.
Não há muito mais para dizer, por enquanto, a não ser que está difícil de aguentar a espera e que este espectáculo está envolto em acontecimentos estranhos, desde quase não se conseguirem bilhetes a desistências imprevistas e convidados inesperados. O que será que me aguarda amanhã? Sej ao que for será bem vindo, pois a proposta é ousada e a noite de fecho é sempre de arrombo, não só o espectáculo está melhorado, como as emoções serão outras. Tudo pode acontecer!!!
Até lá deixo-vos com o texto que podem encontrar no site da companhia de Teatro Tapafuros.
Não há muito mais para dizer, por enquanto, a não ser que está difícil de aguentar a espera e que este espectáculo está envolto em acontecimentos estranhos, desde quase não se conseguirem bilhetes a desistências imprevistas e convidados inesperados. O que será que me aguarda amanhã? Sej ao que for será bem vindo, pois a proposta é ousada e a noite de fecho é sempre de arrombo, não só o espectáculo está melhorado, como as emoções serão outras. Tudo pode acontecer!!!
Até lá deixo-vos com o texto que podem encontrar no site da companhia de Teatro Tapafuros.
«Folia ! Mistério de uma Noite de Pentecostes, agora na nova versão Folia ! Tu és Isso, constitui uma recriação dos momentos fundamentais da Festa do Espírito Santo, desde a sua origem medieval, refundada pela Rainha Santa Isabel, até à actualidade, tal como ainda se celebra no Penedo, nos Açores, no Brasil e nas comunidades de emigrantes americanos.
Tendo conhecido, desde o século XIII ao XVI, uma invulgarmente rápida e vasta expansão, no continente, ilhas e colónias – sendo mesmo celebrada a bordo das naus da Índia - , a Festa foi considerada por Jaime Cortesão, António Quadros, Natália Correia, Lima de Freitas e Agostinho da Silva um dos fenómenos mais específicos e simbolicamente emblemáticos da cultura portuguesa e lusófona e da sua vocação ecuménica e universalista. Desde Jaime Cortesão que os Painéis atribuídos a Nuno Gonçalves, obra maior e paradigmática da arte portuguesa, estão associados ao Culto do Espírito Santo.
Folia ! propõe a recriação em termos contemporâneos da experiência da iniciação e da festa comunitária, associada a uma viagem pelo imaginário mítico, histórico e cultural português. Considerando que a Festa do Espírito Santo, herdeira de formas arcaicas e medievais do "sagrado de transgressão" (Roger Caillois), como as Saturnais, os ritos transmontanos do Solstício de Inverno e a Festa dos Loucos, bem como da experiência da superabundância cósmica e espiritual própria do Pentecostes hebraico e cristão, expressa o "mundo às avessas" e ritualiza uma transformação iniciática da consciência, visa-se renovar essa eficácia operativa nas condições da vida e da mentalidade contemporâneas.
Oferece-se assim um Teatro vivo e operático, que reassume as suas origens no rito iniciático, propondo-se uma profunda interacção entre actores e público em torno dos três acontecimentos fundamentais da Festa: a Libertação dos Presos, a Coroação do Imperador e o Bodo comunitário. Beneficiando das condições oportunas oferecidas pelas estruturas simbólicas da Quinta da Regaleira, a Libertação dos Presos vive-se num percurso em que somos convidados a libertarmo-nos de tudo o que encobre e oprime a nossa natureza somos convidados a libertarmo-nos de tudo o que encobre e oprime a nossa natureza profunda, descendo na terra e nas trevas e ascendendo para a luz (catábase e anábase), a Coroação do Imperador é uma experiência comunitária de reconhecimento da natureza sagrada de todos e de tudo e o Bodo é a comunhão e celebração disso, a Festa da Alegria e da Abundância, onde são vitais o pão e o vinho, a poesia, a música e a dança, culminada com a descida das Línguas de Fogo do Espírito.
Oferece-se assim um Teatro vivo e operático, que reassume as suas origens no rito iniciático, propondo-se uma profunda interacção entre actores e público em torno dos três acontecimentos fundamentais da Festa: a Libertação dos Presos, a Coroação do Imperador e o Bodo comunitário. Beneficiando das condições oportunas oferecidas pelas estruturas simbólicas da Quinta da Regaleira, a Libertação dos Presos vive-se num percurso em que somos convidados a libertarmo-nos de tudo o que encobre e oprime a nossa natureza somos convidados a libertarmo-nos de tudo o que encobre e oprime a nossa natureza profunda, descendo na terra e nas trevas e ascendendo para a luz (catábase e anábase), a Coroação do Imperador é uma experiência comunitária de reconhecimento da natureza sagrada de todos e de tudo e o Bodo é a comunhão e celebração disso, a Festa da Alegria e da Abundância, onde são vitais o pão e o vinho, a poesia, a música e a dança, culminada com a descida das Línguas de Fogo do Espírito.
Inspirada na leitura de Agostinho da Silva das relações entre a Festa do Espírito Santo, a Ilha dos Amores e o Quinto Império, o texto e a encenação convocam palavras e figuras das obras de Luís de Camões, Padre António Vieira e Fernando Pessoa, além do próprio Agostinho, do teatro vicentino e dos Painéis atribuídos a Nuno Gonçalves.
Folia ! – que se assume como corolário, mas não conclusão, das Comemorações do Centenário do Nascimento de Agostinho da Silva – propõe que as noites de verão na Quinta da Regaleira se tornem ainda mais feéricas e que possamos trazer esse espírito para as nossas vidas, celebrando-as como a quinta-essência deste Mistério de uma Noite de Pentecostes, pois Nós somos Isso !»
Paulo Borges
Num dia de Saturno e de Cassiel, de São Filipe e de São Lourenço Justiniano
Num dia de Saturno e de Cassiel, de São Filipe e de São Lourenço Justiniano
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