Ora, nem a propósito encontro um poema de Miguel Torga (sim, ainda este poeta), que exprime muito bem a fase pela qual ando a passar. Mesmo se já me sinto melhor, apetece-me marcar este acontecimento. Aqui fica, então, acompanhado pelo belo quadro de Munch.
Ah, mãos que não moldais o desespero!
Versos que não dizeis quanto eu preciso,
Como um cego, indeciso
Entre a força da inércia
E o desejo instintivo
De movimento,
Assim é o meu instável sofrimento,
Ou todo motivado, ou sem motivo.
Quero e não quero, dou-me a cada instante
E recuso-me logo, amedrontado.
Inconstante,
Oscilo como um vime vertical, diante
Das brisas e rajadas do meu fado.
Ardo nesta fogueira de tristeza
Que não sei quem acende a cada hora.
Sei que a minha alma chora
Como débil criança
Que tem medo da noite que a rodeia.
Noite cerrada e cheia
De pesadelos.
A sorte, a bruxa, a urdir a sua teia
Com a vida apertada nos novelos.
Versos que não dizeis quanto eu preciso,
Como um cego, indeciso
Entre a força da inércia
E o desejo instintivo
De movimento,
Assim é o meu instável sofrimento,
Ou todo motivado, ou sem motivo.
Quero e não quero, dou-me a cada instante
E recuso-me logo, amedrontado.
Inconstante,
Oscilo como um vime vertical, diante
Das brisas e rajadas do meu fado.
Ardo nesta fogueira de tristeza
Que não sei quem acende a cada hora.
Sei que a minha alma chora
Como débil criança
Que tem medo da noite que a rodeia.
Noite cerrada e cheia
De pesadelos.
A sorte, a bruxa, a urdir a sua teia
Com a vida apertada nos novelos.
Num dia de Vénus e de Anael, de Santa Justina e de São Nilo
Só para te dizer que o teu grito fez eco em mim! Abreijinho... ;*
ResponderEliminarObrigada, é bom saber que estás sempre aí. É lindo o poema, não é?
ResponderEliminarBeijos enormes