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Temperar as emoções, fácil ou difícil?

Quando as nossas emoções não são controladas, dominadas, acabamos por ter atitudes que, por vezes, nos levam lugares mais escuros, densos e repugnantes dentro de nós.

Com certeza, tudo o quanto nos acontece nos dirige a oportunidades de crescimento, mas porquê escolher fazer o caminho mais difícil quando há outro tão bem mais fácil, deixando-nos libertos para experiências mais felizes? Porquê insistir em passar de parceiro em parceiro ao invés de acalmar e compreender que é a emoção de desejar, o fogo ardente de se apaixonar, que impele? Resolvendo assim a questão e fazendo o que apetece fazer, não seguindo um impulso, mas satisfazendo uma necessidade.

Hoje escolho falar sobre o desejo, o desejo ardente de possuir algo que, por direito, não é nosso. Como conseguimos controlar esse desejo que se alimenta de fantasias e de sonhos por realizar? Como conseguimos dizer «Basta! Não quero mais este desejo!» quando ele já é tão grande que só basta um estalar de dedos para que se concretize.

Conseguiremos eliminá-lo de dentro quando já está entranhado no nosso mais profundo inconsciente? E uma criança, como consegue ela, ainda pura nas limitações morais da sociedade, como consegue ela controlar esse desejo de ter algo que não é seu?

Será o medo das consequências a última coisa que nos prende de estalar os dedos? Ou serão de facto esses valores morais que a sociedade nos transmitiu, que as aulas de domingo com as freiras nos ensinou e que, em última análise, a escola nos incutiu?

O que existe entre nós e a concretização dos nossos desejos mais escabrosos?

Para aqueles que se dizem senhores de uma consciência moral, seja ela não espiritual ou espiritual, será mais fácil? Será que não têm também esses temores nocturnos, assombramentos com o objecto desejado? 

Para mim, é simples. Em cada momento que sou confrontada com esses desejos que de uma ou outra forma me rumarão a caminhos sinuosos e distantes de quem eu quero ser, escolho ser EU, ser MAIS e resistir. Às vezes torna-se difícil, a preguiça que se instala e não me deixa ir estudar, a tentação de não atender o telefone e ignorar que há um problema por resolver, o desejo de estar só no mundo e não cumprir as minhas responsabilidades, de ficar e ligar-me intimamente a ti, de viver a tua vida e não a minha... 

Mas a Vontade de ser mais e melhor do que fui ontem prevalece sempre que uma dessas tentações se coloca e sempre que estou atenta...

Mas uma pergunta permanece no meu coração...e uma criança? Se para nós é tão duro, como conseguem elas vencer essas tentações? E quando não as vencem que fazer? Oh my son, my son. What have you done?

Comentários

  1. Eu tento visualizar se a relização do meu desejo prejudicará os outros, e se isso valeria à pena, porque o sabor de um desejo realizado às vezes pode não compensar a dor de ter feito alguém sofrer injustamente. E lidar com essa dor é terrível.
    Beijos na alma, querida!

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  2. às vezes sem querer prejudicamos outros. Infelizmente ou felizmente nao somos perfeitos.

    Aprendemos com os erros.

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  3. Que belas relfexões. Precisamos aprender a identificar o desejo mesquinho, egoísta, infantil e imediatista e a Vontade Superior, madura e benfeitora.

    Um mestre juma vez me disse que a primeira lição do Mago é obter a vitória da Vontade sobre o desejo. Um looooongo aprendizado, não?

    E por falar em mago, eu vibrei quando me contou sobre a carta do Mago. Quer estímulo melhor pra essa nova fase? E vamos ver quem vai visitar o outro primeiro. Se eu vou praí ou se vc vem pra cá!!!

    bjos querida

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  4. Amigos,

    obrigada pelas vossas partilhas. Continuarei em meditação até encontrar a resposta!

    Beijocas e obrigada de coração

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  5. Shin
    Que post fabuloso! Por diversas razões.

    Na minha opinião o que nos impede de fazer tudo o que desejamos é mesmo o medo das consequências.
    vejo isso TODOS os dias no meu trabalho. E tanto assim é que alguns até tentam arranjar formas de fazer a mesmas coisa sem as consequências.

    Mesmo a nível pessoal é sempre o
    "e depois?" que te trava. Pondera-se se vale ou não a pena, o que está em jogo, como ficarás se vier a conhecimento...Sim, o dedo apontado da sociedade tem peso."Se ninguém visse, fazia. Se ninguém vier a saber, que se lixe, arrisco." Há quem pense assim.

    Muito poucos têm a ousadia de satisfazer os desejos considerados menos próprios.

    Uns,a maioria, acho eu, porque em última instãncia pensam que têm mais a perder que a ganhar.

    Outros, mais preocupados em entender, equacionam antes de mais, porque querem aquilo e depois se causarão "mal" a alguém, inclusivamente a si mesmos.Há coisas com as quais depois não se consegue viver...

    Eu, porque detesto arriscar, sair da linha, mudanças, provas, coisas novas, situações complexas, escolho sempre reprimir. Sempre!

    Portanto para mim a questão é: qual é o TEU certo. O que te diz o coração? Era bom que conseguisse distinguir quando são as emoções a falar ou a alma, assim como sei quando tenho mesmo fome ou só gulodice.
    Não sou capaz. Então, páro e tento analisar se estou a querer fugir com o rabo à seringa ou se de facto aquela é uma prova que não necessito passar.

    Às vezes acerto outras nem por isso.Chama-se viver. E aprender.
    beijos e sim senhora....

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  6. Shin

    Desde ontem que ando a "remoer" este post.
    Confesso que me perturbou...

    É como abrir a caixa de Pandora e isso assusta-me...
    Mas há que enfrentar os nossos demónios, certo?

    As tuas palavras abriram-me novos caminhos de reflexão e agora, quando aqui cheguei e li as da IdoMind, gelei...pois identifiquei-me particularmente com os seus últimos parágrafos.

    Obrigada às duas manas e beijos

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  7. IdoMind

    este post...foi escrito com alguma dor...alguma desilusão...alguma tristeza.

    Um dos meus miúdos não conseguiu resistir à tentação, não tem domínio sobre as suas emoções é completamente um zero nesse campo, e acabou por fazer uma asneira daquelas...E nós debatíamo-nos sobre que pena lhe dar e se se devia apresentar queixa crime para reprimir já essas atitudes...

    Esta situação mandou-me cá para baixo e tive de desabafar de alguma forma. Ainda por cima está de acordo com a reflexão da Lua da semana passada...

    Depois preciso de falar contigo, a ver se me dás uma lição de justiça e penalizações LOLOLLLLOL

    kisses my love

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  8. Sheela

    pois...abrir a caixa de Pandora pode trazer alguns monstros que não sabemos controlar...mas é preciso olharmo-nos ao espelho e ver de verdade a imagem que ele devolve.

    A propósito, a carta de hoje é sobre isso, que nos anda a iludir, a desviar de objectivos com ilusões.

    Minha querida, ao princípio pode custar...mas depois tudo se arranja e vai para o seu lugar, deixando a nossa alma arrumadinha ;)

    Olha a manita também escreve umas reflexões intensas, sempre muito preocupada com o caminho que não encontra ou teima em se desviar rkrkrkrkr, passa lá no Jardim que acho que vais gostar!

    BEijocas querida e almoçamos hoje?

    ResponderEliminar
  9. Oh Sis,

    Estás nessa escola. Com esses míudos.
    Achas que é porquê?

    Falaremos sobre crianças e o Caminho.
    Distancia-te. Olha de cima para a situação.
    Um beijo minha irmã e o convite é extensível?

    ResponderEliminar
  10. Tks Sheela

    Mas a mana tem mau feitio. tenho de aguardar a autorização dela...lol

    ResponderEliminar

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