Acabada de chegar de um fim-de-semana de retiro cinematográfico, onde muito se discutiu por haver opiniões divergentes, deparo-me com um insólito destes. Pergunto-me: porque queremos que todos pensem e ajam da mesma forma que nós? Que sentimento está por detrás da Vontade de partilharmos as mesmas convicções? O que nos move nessas discussões? Será apenas a gratificação da partilha ou estará secretamente o nosso Ego a querer converter os outros? Por que razão quando alguém não concorda connosco ficamos incomodados?
A todas estas perguntas poderão surgir respostas diferentes, dependendo do nosso nível de consciência, mas uma coisa é certa, ninguém pode afirmar ter a Verdade Única, a Certeza Absoluta, pois cada um tira as suas conclusões de acordo com o Tamanho do seu Próprio Mundo. As nossas experiências vão-nos condicionando ou libertando, depende do uso que cada um lhes dá, mas de qualquer modo elas vão-nos restringindo a mente, por cada janela que abrimos interiormente mais luz entra na nossa mente, mas há sempre mais janelas ao lado e atrás, que não abrimos e outras pessoas já o fizeram, por isso, essas pessoas terão Verdades diferentes das minhas. Contudo, quando queremos partilhar com alguém algum assunto temos de ter o nosso espírito aberto para tudo o que dali advier. Se eu vou entrar numa conversa apenas para debitar os meus pensamentos e não dou espaço sequer ao que o outro diz para entrar e fazer sentido em mim, não vale a pena, para isso foram criados os monólogos que, graças a Deus, não precisam de um ouvinte.
Assim, por que razão monges, pessoas espiritualmente iluminadas, regressam aos instintos animalescos de sobrevivência para defender as suas crenças/opiniões? Se estes ícones da religião reagem assim perante a adversidade como poderão os comuns mortais reagir de outra forma?
Fiquei abismada com este acontecimento que, ao que tudo demonstra, já não foi a primeira vez que aconteceu, nas passadas celebrações do Domingo de Ramos, mais uma vez estes monges entraram em luta pelas suas convicções.
Que mundo é este, onde tanto se luta e fala da paz em termos religiosos, e depois acontecem estas coisas em lugares sagrados? Onde está a lição aprendida de devolver a outra face quando somos agredidos? Onde está o respeito pelo ritual que se estava a iniciar?
Olá Shin Tau
ResponderEliminarPartilho a sua tristeza.
Tratou-se de uma questão de território.
Mas não confundir religiões ou religião com igrejas.
Religião do latin religare é a ligação íntima entre o homem e a Divindade. Igreja é uma instituição hierarquicamente organizada, com regras próprias e que define e controla as regras de adoração da Divindade. Ou seja tem recursos fisicos e muitas vezes está mais concentrada em aumenta-los do que adorar a divindade, daí os conflitos.
Quando a Shin Tau se liga ao Uno não há necessidade de lutar, porque matéria, espaço e tempo deixam de fazer sentido. No tempo do Espirito que se aproxima hierarquias e edificios deixarão de fazer sentido.
Saudações
O Viajante
Infelizmente esse conceito de Religião já não é aquele termo que se utiliza hoje em dia. Em tempos a Igreja fazia exactamente isso, ajudava o ser Humano a se religar com o divino, daí a palavra. Mas hoje infelizmente, parece-me que faz o contrário. No entanto a palavra é utilizada na mesma, a Religião Católica, Judáica, Ortodoxa, Protestante, enfim, por aí fora. Utiliza-se de facto Igreja e Religião como sinónimos. Obrigada pela retificação, pois não quero de forma alguma levar os leitores a pensarem que são a mesma coisa, o que para mim não é verdade.
ResponderEliminarQuanto à disputa, parece que teve a ver com a posse da Igreja Santa, cada um reclama para si o direito de a dizer sua, enfim! Ainda não perceberam que não possuímos nada, tudo é passageiro menos a alma e para ela não precisamos de bens!
Referiu o Tempo do Espírito, nunca ouvi esse termo, tem a ver com a Era do Aquário?
Que o Amor acompanhe sempre os nossos passos
Cara Shin Tau
ResponderEliminarAs diferentes sensibilidades exotericas usam termos diferentes para designar as mesmas situações de transformação do cosmos.
Até à vinda do Sr. Jesus foi o Tempo do Pai, com jesus inciou-se o Tempo do Filho que se manteve até aos nossos dias. Dentro em pouco será o Tempo do Espírito Santo. Claro que em termos astrológicos este tempo corresponde à Era do Aquário.
Saudações
O Viajante
Obrigada pelo seu esclarecimento, é que, como diz e muito bem, as sensibilidades usam termos diferentes para designar a mesma coisa.
ResponderEliminarA minha ignorância sobre o tema é grande, mas já tinha ouvido falar muito da era de Aquário, curiosamente ainda não a tinha associado à Era do Espírito que obviamente faz muito sentido.
Mais uma vez, a partilha aumenta a minha luz interior, obrigada!
"Aqueles que anunciam que lutam a favor de Deus são sempre os homens menos pacíficos da terra. Como crêem receber mensagens celestiais, têm os ouvidos surdos a qualquer palavra de humanidade"
ResponderEliminarStefan Zweig