Cromo
andamos pelo mundo
experimentando a morte
dos brancos cabelos das palavras
atravessamos a vida com o nome do medo
e o consolo dalgum vinho que nos sustém
a urgência de escrever
não se sabe para quem
o fogo a seiva das plantas eivada de astros
a vida policopiada e distribuída assim
através da língua... gratuitamente
o amargo sabor deste país contaminado
as manchas de tinta na boca ferida dos tigres de papel
enquanto durmo à velocidade dos pipelines
esboço cromos para uma colecção de sonhos lunares
e ao acordar... a incoerente cidade odeia
quem deveria amar
o tempo escoa-se na música silente deste mar
ah meu amigo... como invejo essa tarde de fogo
em que apetecia morrer e voltar
andamos pelo mundo
experimentando a morte
dos brancos cabelos das palavras
atravessamos a vida com o nome do medo
e o consolo dalgum vinho que nos sustém
a urgência de escrever
não se sabe para quem
o fogo a seiva das plantas eivada de astros
a vida policopiada e distribuída assim
através da língua... gratuitamente
o amargo sabor deste país contaminado
as manchas de tinta na boca ferida dos tigres de papel
enquanto durmo à velocidade dos pipelines
esboço cromos para uma colecção de sonhos lunares
e ao acordar... a incoerente cidade odeia
quem deveria amar
o tempo escoa-se na música silente deste mar
ah meu amigo... como invejo essa tarde de fogo
em que apetecia morrer e voltar
Al Berto, in 'Salsugem'
amo el color de jade
ResponderEliminary el enervante perfume de las flores...!?...salut!
Mórbido demais... profundo demais.
ResponderEliminarGoticísmo puro. Mais este é um dos mais fortes que eu conhecí.
"Como invejo essa tarde de fogo em que apetecia morrer e voltar"
Fantástico essa parte. Mostra um total desapego pela vida.
Léo,
ResponderEliminareste autor é absolutamente fenomenal, se não conheces pesquisa, tem uma obra intitulada O Medo, simplesmente fabulosa. Porque a vida nem sempre é a Beleza que gostávamos e porque é preciso saber de onde vêm os sentimentos, ei-lo aqui expresso pelas palavras deste autor maravilhoso.
Gótico, sim, sempre tive uma veia de amor romântico meio gótica rkrkrkrk mas cheia de esperança na Humanidade (incoerências?? hihihihihi)
Ah e sim somos humanos, mas cheios de divino
beijocas grandes
Assim é Shin-Tau
ResponderEliminarquando dentro de nós não há esperança, quando silenciámos a força bruta de querer romper a vida com todo o ímpeto criador, a alegria esconde-se do nosso coração e dos nossos olhos...
tornamo-nos góticos...lol...
Sabes que adoro Al Berto, este homem sabe o que é tristeza...
Beijos minha Shin_Tau