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Comecemos por reflectir na energia do número 6.
O 6 é o número da integridade, mas o que é isso? O dicionário diz-nos que é a qualidade de ser íntegro e este, por sua vez, é alguém que é inteiro, completo, honrado. Mas já o verbo integrar pode significar completar e esta para mim é a aprendizagem mais importante que a carta nos oferece, a possibilidade de nos tornarmos inteiros.
Decompondo o número 6 encontramos 1+2+1+2, ou seja, a trindade divina confirmada. Para melhor compreenderem este raciocínio pensem na Estrela de Davi, a Estrela de Seis Pontas. São dois triângulos sobrepostos representando o perfeito equilíbrio e a criação do mundo. Os três princípios espirituais e os três princípios físicos, pelos quais todo o mundo é regido.
O centro da carta é o jovem, que tem uma veste listada, a escolha de colocar as roupas listadas não é mero acaso (como se isso houvesse). As listas revela a indecisão do jovem, ele está no meio de uma encruzilhada e tem de escolher uma destas duas mulheres.
A jovem, ao seu lado esquerdo, vestida de azul, representa o Amor espiritualizado, a Sabedoria. A mais velha, à sua direita, está vestida em tons de verde e vermelho, representando a sensualidade, o desejo, a força instintiva.
Quem escolherá o Peregrino seguir?
O anjo maroto que está por cima do Peregrino, mas do qual este não se apercebe, tem um arco retesado com uma lança apontada. Porém, esta lança não está clara sobre quem vai cair, afinal o Peregrino ainda não fez a sua escolha. O arco retesado daquela forma serve para nos mostrar que a vontade tem de ser fortalecida, que é preciso saber o que queremos para poder decidir com coragem. Mas importante também é o arco solar que está por trás do anjo. É composto por 24 raios, sendo 12 vermelhos e 12 amarelos. Estes raios simbolizam a possibilidade infinita que existe de nos redimirmos das nossas escolhas sempre as considerarmos erradas e que um dos caminhos é unir a razão à acção ou a acção com a razão.
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Todavia, para que isso aconteça o Peregrino tem de ter já adquirido algumas competências, aquelas ensinadas nas lâminas anteriores, para poder trilhar um caminho cônscio e próspero. Este é o fim do primeiro ciclo e, por isso, de grande importância, é a primeira prova a superar, fazer uma escolha e ser capaz de a fazer.
No Mago foi-nos transmitido o princípio do raciocínio, relembrámos que é preciso haver uma ideia para dar origem a algo. Depois do princípio do raciocínio vem a acção de pensar, oferecida na Alta Sacerdotisa e da junção dessas duas surge a Imperatriz, a ideia, o conceito, a concretização.
Mas as ideias, os conceitos precisam de ser colocados em prática e, por isso, surge a segunda trindade. No Imperador revela-se o princípio do desejo, é o início do processo da criação. No Hierofante realizamos o acto da vontade e agora adquirimos a força da decisão. Criando assim o equilíbrio entre o que criamos mentalmente e o que manifestamos neste Plano.
Muito há para dizer sobre esta lâmina ainda, mas o princípio fica aqui, depois é aplicá-la à vida de cada um, à experiência de cada um.
Na primeira hora de Lua do dia de Marte e de São Marçal
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